terça-feira, 5 de setembro de 2006

O meu dia...

Por vezes nas nossas vidas temos dias não... Dias em que mais vale ficar na cama a dormir o dia inteiro. Porque desde que acordamos até que nos deitamos parece que tudo e todos se combinaram e tiraram o dia para nos chatear...
Hoje foi assim que me senti.
Senti-me verdadeiramente a mais. Senti que a minha presença incomodava cada pessoa que se cruzava comigo. Senti indiferença. Não me senti util, nem inutil. Simplesmente não me senti...
Parecia que cada segundo era uma batalha para mim para o conseguir ultrapassar. Hoje tive 24 dias, pois cada hora parecia um dia.
De todas as sensações que senti, a pior delas todas foi a ingratidão... Fez-me sentir um verdadeiro emplastro. Um "Zé ninguém" que aqui anda a vaguear, a passear, sem fazer nada...
A minha questão foi: "E amanhã? Vai ser igual? E depois?"
Eu não sou muito disto, mas já há muito tempo que não me deito a chorar e hoje esse "record" foi quebrado...
Mas não foi um dia em vão.
Além dos amigos (das birras de alguns que nem sabem o bem que me fizeram...) também procurei ajuda onde sempre a encontro... Biblia...

"Não vos inquieteis, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã já terá as suas preocupações. Bem basta a cada dia o seu trabalho."
Mt.6,34

Em cada dia as suas preocupações. Viver o dia a dia, sempre com muita paciência e tranquilidade...

Foi a minha lição... De Cristo, só podia... Que o amanhã (melhor ou pior) será outro dia...

1 comentário:

Anónimo disse...

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa

Beijito**
Ana